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Psicologia do Poker e Desporto Parte I

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Barry Carter / Daniel Cordeiro
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Psicologia do Poker e Desporto Parte I 0001

Se eu contasse a algum dos meus amigos ou fam��lia que iria procurar o aconselhamento de um especialista de psicologia do desporto, muito provavelmente iriam rir-se de mim at�� 2010. Estou bastante longe de ser um atleta, mas no poker �� diferente, �� um equilibrador pois torna-se uma arena onde aqueles que n?o sabem chutar bolas podem competir com os melhores e ter alguma hip��tese realista de ganhar. Quer considere o poker um desporto ou n?o, acho que �� bastante claro onde um psic��logo do desporto pode ser ��til. Apesar de ser essencialmente um jogo de matem��tica, as apostas, o dinheiro, a agress?o, o ego e a competi??o s?o o suficiente para o tornar num jogo onde pode ver-se por vezes 'asfixiado'. Onde pode deixar as suas emo??es controlar as suas ac??es e ver a sua banca diminuir �� frente dos seus olhos.

Os ��ltimos 12 meses como jogador de poker t��m sido muito tristes para mim, senti-me como mordido por uma cobra e o mais azarado jogador do planeta! Tem andado a correr bastante mal j�� h�� algum tempo, constantemente a ser derrotado com m?os grandes por m?os ainda maiores. Cheguei ao ponto em que esperava m�� sorte de cada vez que punha fichas no meio da mesa, o que estava a afectar o meu modo de jogar. Tornei-me muito mais cuidadoso com os riscos que tomava, preferia controlar o pote sempre que podia, procurava showdowns baratos com monstros ou apostar forte para acabar de vez com a m?o. Estava tamb��m a tornar-me bastante pregui?oso como jogador, n?o me esfor?ando muito fora das mesas para melhorar.

"Bem, sabes que o que me acabaste de contar �� monte de tretas, certo?" disse-me Jared Tendler, treinador mental de jogos, durante a nossa primeira reuni?o.Certamente n?o era o que eu estava �� espera, acho que estava a contar mais com uma daquelas sess?es do g��nero "visualize-se a ganhar" as quais eu associava a psicologia do desporto.

Mas n?o �� assim que funciona com Tendler, ele �� realmente um conselheiro qualificado e rege-se pela m��xima, tu ��s o que fazes. Seres humanos est?o destinados a cometer o mesmo erro vezes sem conta e a tarefa de Jared �� fazer-me perceber o que estava a fazer mal, porque o estava a fazer, e ensinar-me a mudar.

Conseguimos sumariar tr��s problemas que eu estava a enfrentar, e todos eles estavam inter-ligados. Primeiro de tudo eu tinha mentalidade de v��tima; eu acreditava piamente que era mais azarado que toda a gente e que estaria at�� amaldi?oado! O segundo problema era que estava assustado e com medo, tomava sempre as decis?es que envolviam menos risco optando pelo caminho de menor variancia e mais seguro de cada situa??o. Finalmente n?o estava a dispensar nenhum do meu tempo fora das mesas para me instruir, e via o estudo como uma tarefa. �� bastante claro de perceber que a minha mentalidade de v��tima estava ligada �� minha avers?o ao risco, mas fiquei surpreendido quando Jared me disse que ambas raz?es estavam a criar a minha pregui?a fora das mesas. Jared fez-me finalmente ver que eu estava a usar a minha fixa??o na m�� sorte como desculpa para n?o aprender mais, que n?o fazia sentido instruir-me para me tornar num melhor jogador pois achava que nunca iria conseguir.

Ele tinha raz?o, uma pequena lampada iluminou-se no topo da minha cabe?a, de repente e depois de um pouco de cepticismo, estava convertido!

Em vez de embarcar numa viagem mental tipo montanha russa com um pote de ouro no final da pista, Jared p?s-me num passeio calmo, num p��ra-arranca um bocado como quando estamos presos no transito, progredindo um pouco de cada vez mas com firmeza. Era tudo uma quest?o de implementar pequenas mudan?as de cada vez que jogava, em vez de tentar re-inventar a roda.

Por exemplo, para curar a minha avers?o ao risco eu achava que teria de me atirar �� situa??o mais assustadora que pudesse imaginar e enfrent��-la (assim de repente consigo ver essa situa??o como um duelo contra durrr sem saber as minhas cartas), mas no entanto o que teria de fazer seria, tomar nota de cada vez que me deparasse com uma situa??o de risco, e no final da sess?o analisar essa nota e descobrir o porqu�� de me sentir assim.

Outro exemplo de uma pequena mudan?a, quanto �� minha repugnancia aos estudos, foi descobrir que n?o estava a escolher as melhores situa??es para analisar. Normalmente escolheria as maiores m?os que ganhava/perdia para an��lise e n?o as situa??es em que fui batido em habilidade. Em vez de utilizar estas m?os para an��lise e estudo para n?o voltar a ser batido com facilidade, estava simplesmente a refor?ar as minhas m��s disposi??es existentes, iludindo-me a pensar que seria melhor, pior ou mais azarado do que realmente era ao pegar meramente numa m?o grande e reviv��-la.

�� muito melhor analisar uma m?o que me fez parar para pensar, onde senti o meu cora??o a bater mais r��pido ou estava simplesmente confuso, do que necessariamente uma m?o em que todas as minhas fichas foram parar ao meio. Em vez de mudar o modo como jogo poker, estava a mudar o modo como Aprendo poker, criando capacidade para absorver mais de uma sess?o.

Foi ent?o assim que me consegui desenterrar do problema em que estava metido, agora era s�� passar �� pr��tica...

N?o percam a segunda parte deste artigo. Psicologia do Poker e Desporto Parte II

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Barry Carter / Daniel Cordeiro

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